Adriano de Melo in Jornal de Angola
A pesquisa, recolha, estudo, preservação, promoção e divulgação das danças africanas é, segundo o ministro da Cultura, Boaventura Cardoso, uma tarefa que os grupos de bailado nacionais devem assumir e desenvolver para poderem recriar e dar novo alento à este estilo artístico.
Boaventura Cardoso avançou ainda, ontem durante o acto de abertura do Workshop sobre a Dança, a necessidade de os grupos angolanos rebuscarem o uso das novas tecnologias de informação e comunicação para uma maior divulgação, a nível nacional e internacional, desta expressão, que ainda se encontra num estado crítico em termos de profissionalização.
Estes meios tecnológicos permitirão, de acordo com o ministro, os grupos terem uma verdadeira memória coreográfica, capaz de suprir a carência documental registada há 50 anos. "Hoje cremos já não fazer sentido afirmar-se que a dança é a única forma de arte sem memória permanente", justificou.
O facto de o nível de conhecimento da dança elevada a arte ser ainda tão frágil ou inexistente no seio de determinados grupos foi também, para Boaventura Cardoso, uma das razões que levaram o Ministério da Cultura (Mincult) a realizar este evento, que terá a duração de seis dias e levará também ao conhecimento dos 101 participantes a experiência de Moçambique.
"As acções formativas são necessárias para debelarmos as fragilidades que acusam os grupos e companhias de dança nas suas actuações, e esta acção permitirá ministrar-lhes algumas das noções básicas e fundamentais sobre este género artístico", aclarou.
Para Boaventura Cardoso, o estado crítico deste género artístico só começará a melhorar acentuadamente com a criação do Instituto Médio de Artes e do Instituto Superior de Artes, que permitirá capacitar adequadamente os profissionais de dança . "O início das obras do primeiro instituto, a partir deste ano, marcará, estamos certos, o limiar de uma nova etapa para as artes angolanas que muito bem merece", disse.
A dança como as demais expressões de arte precisam de espaço para se desenvolver, de acordo com o ministro, que acrescentou ser indispensável neste sentido constar nos programas de construção de novas infra-estruturas a criação de Casas de Cultura, de maneira a haver uma maior prática e usufruto dos valores culturais por parte da população.
"O Ministério da Cultura reconhece que os grupos de dança enfrentam inúmeras dificuldades, mas não obstante isso constatamos também um certo esforço e dinamismo no funcionamento e nas actividades de alguns grupos nas províncias", realçou.
O seminário, que será ministrado pela coreógrafa Ana Clara Guerra Marques e o director da Companhia de Canto e Dança de Moçambique, David Abílio Mondlane, até 29 deste mês, na Liga Nacional Africana, em Luanda, está aberto a todos os directores, encenadores e bailarinos de grupos de dança nacional, que através deste acto poderão obter maiores conhecimentos sobre este género.
Alguma coisa há de aqui aparecer. Para já vão saindo coisas que me chegam pelo correio electrónico. Ou não!
quarta-feira, 25 de abril de 2007
Grupos de bailados devem ter como base a pesquisa da tradição
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