Francisco Pedro in Jornal de Angola
A evolução do tecido urbano de Luanda entre os séculos XVI e século XX são os principais aspectos do livro “Continuidades e descontinuidades de um processo colonial através de uma leitura de Luanda: uma interpretação do desenho urbano”, de autoria do professor universitário, Fernando Mourão. O livro permite reapreciar Luanda colonial e pós-colonial, a sua beleza assim como estabelece “um diálogo entre o social e o espaço físico da cidade”, disse o ministro do Urbanismo e Ambiente, Sita José, ao fazer a apresentação da obra, na passada terça-feira, 17, em Luanda. Entre os seis capítulos que compõem a obra, durante a apresentação o autor destacou “Da feitoria ao colono”, “Luanda: do núcleo do poder cristão à feitoria” e “Da emergência de um espaço plural autónomo à ruptura do processo colonial”.
Além disto, Fernando Mourão, de nacionalidade brasileira, salientou ser indispensável estudar as Curvas de Níveis e os quatro primeiros bairros que surgiram em Luanda para uma melhor compreensão do processo colonial e evolução do tecido urbano da cidade.
O ministro do Urbanismo e Ambiente referiu ainda que a obra é fruto da grande paixão que o autor nutre por Luanda. Ao citar palavras do autor, Sita José acrescentou que nesta obra é visível as diferentes épocas da cidade como “Loanda, São Paulo de Assunção São Paulo de Loanda ou apenas Luanda, é cidade deleite de muito boa gente. Nacionais e estrangeiros não resistem ao fascínio desta bela cidade à beira mar, que com a sua magnífica baía se tornou irresistível aos seus visitantes ou residentes, transformando-se numa paixão de vida”.
Com 434 páginas, incluindo várias ilustrações, entre cartas e tabelas demográficas sobre a evolução urbana, a antropóloga e deputada, Ana Maria de Oliveira, refere no Prefácio que o livro é também um exercício académico de recolha e sistematização da informação existente sobre o tema.Ana Maria de Oliveira acentua que através de “Continuidades e descontinuidades de um processo colonial através de uma leitura de Luanda: uma interpretação do desenho urbano”, estamos em contacto com as diferentes nuances que caracterizam o processo de colonização portuguesa em Angola.
Para a elaboração desta obra, Fernando Mourão disse que foram necessários seis anos, dos quais cinco de pesquisa e um para escrita. A publicação contou com o apoio da Fundação Eduardo dos Santos (Fesa) e do Centro de Estudos Africanos da Universidade de São Paulo (Brasil).
Distintas figuras do Governo, da Assembleia Nacional e do corpo diplomático assistiram o acto de lançamento, entre as quais o presidente do Tribunal Supremo, Cristiano André, a vice-governadora de Luanda, Francisca do Espírito Santos, o embaixador do Brasil, entre outros.
1 comentário:
O Professor Fernando Mourão, de quem tive a honra e previlégio de ser aluno, é um dos maiores africanistas vivos! A sua obra fala por si. É uma pessoa ímpar, amigo do seu amigo e grande defensor dos jovens. Bem-haja sempre!
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