terça-feira, 17 de julho de 2007

Re- escrevendo-me (2)

17-01-2004


Fico sentado debaixo do Imbondeiro à espera, ele não me faz sombra porque se esqueceu de ter folhas e eu tenho tempo. As águas vão amornar e as ideias vão clarear num ter tempo para ver o capim crescer e as flores florirem. Se calhar é sonho e não utopia.

Cresci numa terra civilizada em que só chovia três dias por ano e sempre à noite para não atrapalhar a vida de ninguém.

Eu tenho tempo para ler, ver que os anos passam, que as realidades de hoje são a miséria da História de amanhã, que as verdades de hoje se calhar não são verdades e por aí fora num rolo interminavel de papel.

Eu tenho tempo. Eu não vivo na urgência da vida.

Hoje um degrau, que pode ser partido, destruído, que eu tenho tempo para o reconstruir. Amanhã outro e se não for amanhã será noutro dia, porque eu tenho tempo.

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