sábado, 21 de julho de 2007

Re- escrevendo-me (3)

14-06-2004

Sentado na esplanada. Luz de lua cheia me vai iluminando enquanto algumas poucas estrelas vão enfeitando o céu num cintilar ténue.
Eu sinto-me monumentalmente grande.
Bebo um café com delicadeza. Sabe-me bem, pouco me importa a marca. Á minha frente senta-se alguém que coincidentemente é belo. Os olhos são lindos. O traço da boca é o que se pode dizer perfeito. Na pirâmide nasal não há sinal que destoe. E coincidentemente o conjunto é belo. Sim porque há quem tenha estes atributos todos e depois o conjunto é tipo 'ora bolas'.
A temperatura aqueceu mais um pouco.
Deve ser da companhia, só pode.
Os silêncios entrecruzam-se. Os olhares simulam afectos, toques que não se tocam. Cumplicidades nos gestos. De repente um estrondo. Assustado levanto-me. Procuro vagamente a origem. Descubro que tinha adormecido sentado na esplanada e o que me rodeava mais não era que um sonho. Olho para os lados todos a ver qual a figura que eu tinha feito. Tudo está como estava antes, ninguém notou que eu tinha estado ausente, ou então disfarçaram bem.
Uma pequena coisa mudou: o café arrefeceu!

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