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quarta-feira, 16 de maio de 2007

terça-feira, 15 de maio de 2007

Comissão vai acelelar vistos de expatriados


O Presidente da República, José Eduardo dos Santos, criou ontem, nos termos da Lei Constitucional, uma comissão ad-hoc para o tratamento célere dos vistos de trabalho dos expatriados contratados ao abrigo dos acordos bilaterais e dos projectos de Reconstrução Nacional.
A comissão é presidida pelo vice-ministro das Obras Públicas, José dos Santos da Silva Ferreira, e integra o director adjunto do Serviço de Migração e Estrangeiros e representantes do Gabinete de Reconstrução Nacional e do Gabinete Técnico de Gestão das Linhas de Crédito do Ministério das Finanças.
A comissão ora criada tem por objecto analisar todos os processos de solicitação de vistos de trabalho dos cidadãos estrangeiros que devem ser contratados, ao abrigo dos acordos existentes com outros Estados, para trabalharem nos projectos de Reconstrução Nacional.
O Chefe de Estado determinou ainda a criação do Gabinete Técnico de Implementação do Pólo Industrial de Fútila, coordenado pelo vice-ministro da Indústria, Abraão Pio dos Santos do Amaral Gourge1.
Tal gabinete tem por objectivo proceder à implementação dos projectos enquadrados na Estratégia de Desenvolvimento Industrial e no Plano de Desenvolvimento Infra-estrutural do Fútila, na província de Cabinda, em articulação com os órgãos intervenientes do Governo central e local.

segunda-feira, 14 de maio de 2007

Escola para todos é uma realidade em Pango-Aluquém


A manhã é ainda uma criança, em Pango-Aluquém. Uma forte neblina oculta o céu no município. A neblina é ofuscante. As árvores estão retesadas e as folhas revestidas de orvalho. Os galos cacarejam, a anunciar, insistentemente, o alvorecer. O Rei-Sol tarda a aparecer. Muito próximo da residência onde estou instalado diviso, difusamente, um jovem. Está sentado, no tronco de uma árvore. Descalço. Cabelo por pentear. Tem o olhar fixo no objecto que tem entre mãos. Um caderno. Vira e revira as folhas. De cima para baixo, de trás para a frente. Distrai-se por momentos.

Carlos Alberto
O jovem António Manuel mora no bairro Quifolo. Não dá pela minha presença. Ou faz de conta. Alguns minutos depois apercebe-se que alguém está ao seu lado. Esboça um sorriso tímido. António Manuel tem 17 anos e estuda a sétima classe, na escola do 2º e 3º níveis, inaugurada em meados do ano passado. O estudante reconhece que está bastante atrasado e quer recuperar o tempo perdido. Por isso dedica-se, com afinco, aos estudos. A nova escola veio dar uma lufada de ar fresco ao ensino em Pango- -Aluquém. No seio da juventude existe uma vontade férrea e total de abraçar os estudos. A distância parece não cercear tal desiderato. É inquestionável! João Francisco mora em Quimbundo e estuda em Quifolo. Está no último ano do 3º nível. A sua povoação dista a cerca de uma dezena de quilómetros da escola. Mas caminha todos os dias a pé para aprender a raiz quadrada, melhorar a sintaxe e conhecer o número de comunas existentes na província de Malanje. É forte o empenho da juventude. João Francisco representa o naipe de jovens que diariamente consente um duplo sacrifício: estudar e desbravar o campo. Os jovens provenientes da Benza, Banza, Aldeia da Missão, Catanda, Dungui, Dungo e de outras localidades estão nos mesmos preparos e arregaçam as mangas.
Em Pango-Aluquém, até 1978, só se leccionava a 4ª classe. Em 1979, o 2º nível funcionava numa estrutura provisória, no Pango Velho. E só o ano passado o município passou a contar com uma escola que abarca o ensino até ao 3º nível.
Mário Sebastião, director da escola, diz de sua justiça. Muitos jovens já há muito reivindicavam o alargamento do ensino até ao 3º nível. Mas estavam a pregar no deserto. E muitos, de facto, fizeram uma verdadeira travessia no deserto, porque não dispunham de condições financeiras para prosseguir os estudos fora do município.
Não há bela sem senão. Ou seja, depois da tempestade, a bonança. E para agrado de todos, eis a escola erguida imponentemente no Quifolo, no desvio do Pango Velho. Quatro para o 2º e 3º níveis, e duas para o recém formado núcleo do ensino médio, cujo arranque aconteceu em Janeiro deste ano, nas vertentes Geografia e História. A estrutura escolar está apetrechada de carteiras, e sala directiva, na qual funciona, igualmente, a sala de professores.
Se tudo parece caminhar como de um mar de rosas se tratasse, um senão que o esboço arquitectónico se esqueceu de conceber: a construção da residência para professores. Mário Sebastião caracteriza esta lacuna como uma falha crassa, porque a sua existência é fundamental para cativar as mulheres e homens do giz.
António Manuel é aluno de uma das oito escolas existentes no município. As restantes estão disseminadas por outras povoações, nomeadamente na comuna do Cazuagongo, nas povoações de Gombe ya Muquiama, Kita, Quimbundo, Dungo, Dungui, entre outras.
Se retirarmos António Manuel, ainda restam 1308 matriculados no ensino nos quatro níveis de ensino em Pango-Aluquém. No ensino médio estão 84. Seguem-se 874, no 1º nível. No 2º, 219 e 3º, 127, respectivamente. Para completar o cenário, estão de giz e esferográfica em riste 56 professores.
O quadro de ensino é particularmente satisfatório, desabafa o administrador municipal, Daniel João "Macosso". Este puxa pelos seus galões e afirma peremptoriamente a inexistência de crianças fora do sistema escolar. Apesar deste êxito, a administração está de mangas arregaçadas, para construir mais escolas, estando já em perspectiva uma na Aldeia da Missão. Já existe uma escola nesta povoação, pertencente à igreja Católica. Tem duas salas de aula, só que a sua estrutura, dia após dia, está a desmoronar-se. As paredes são inexistentes. As carteiras são insuficientes. E a escola, na qual já desabrocharam valiosos e talentosos quadros da terra, reclama pela sua reabilitação, pois o tempo urge...
Energia eléctrica parcialmente funcional
A monotomia que as populações de Pango-Aluquém vivem é quebrada diariamente, às 18 horas, quando se faz sentir o roncar, quase que imperceptível, do gerador de 250 kva, localizado nas imediações do centro médico.
O município desperta quase de uma sonolência vivida durante todo o dia. A iluminação pública faz ganhar outros contornos e cambiantes. A música, alta e estridente, proveniente de algumas lanchonetes, faz vibrar os corpos retesados e sôfregos, bambolear as bundas, o sapatear num ritmo frenético e envolvente e o sorver de uns bons tragos de maruvu.
Infelizmente a noite iluminada só contagia, por enquanto, a zona do Pango Novo. As outras áreas continuam às escuras como o breu, excepção feitas nas noites de luar. Para já, há garantias do administrador Daniel João "Macasso" de dar vitalidade nocturna, nos próximos tempos, ao Camissonji e Benza. Estas serão as próximas etapas.
Para consumação deste objectivo, a administração aguarda pela chegada de mais cabos eléctricos. Em perspectiva, a expansão da rede eléctrica vai atingir Banza, Catanda, Quibundo e Dungo. No entanto, o actual gerador não chega para todas as encomendas. Em carteira, está gizada a aquisição de um outro.
O fornecimento da luz eléctrica acontece de segunda à sexta, das 18 às 24 horas. Dilata-se o tempo aos fins-de-semana. Sábados e domingos, os munícipes desfrutam-no, sem interrupções, até às seis da manhã.
Mas nem tudo é ouro sobre azul. Vezes sem conta o município de Pango-Aluquém depara-se com dificuldades mil para dispor de combustível. A vontade da administração esbarra, nesta altura do ano, com o actual estado degradante da estrada. Há dias, um camião cisterna fretado, com 1600 litros, resvalou no terreno acidentado do "Siriaco", uma área na qual se põe à prova a agilidade e a habilidade de qualquer motorista. Entretanto, em função da queda da viatura, o tanque jorrou enormes quantidades de gasóleo e redundou em enormes prejuízos para as populações.
No Pango não há água potável. As populações recorrem ás nascentes dos rios, riachos e cacimbas, para deles obterem a água. A água há muito devia jorrar das torneiras, conforme desejo das populações, se a empresa a quem foi adjudicada a empreitada não a abandonasse sem dar cavaco, em Junho de 2006. O projecto faz parte do Programa da Melhoria e Aumento da Oferta de Serviços Sociais Básicos às Populações. O objectivo era nobre e consistia na reabilitação do sistema de abastecimento de água e posterior distribuição.
A administração municipal sabe que a questão nada tem a ver com a falta de pagamento. Por isso remeteu documentos à Direcção Provincial do Plano para me-lhor esclarecimento do caso.
Paradoxalmente, segundo nos assegurou Daniel "Macosso" não existem casos de cólera. Na comuna de Cazuagongo há ocorrências de casos diarreias agudas mas, em suma nada de muito preocupante.
A agricultura em primeiro plano
Mal o alvorecer se faz sentir em Pango-Aluquém, Teresa Alberto desfaz-se dos lençóis e levanta-se da cama. Tem o cabelo despenteado. Cobre-o com um lenço, multicolor, às riscas. São 5 horas da manhã. Está ainda meio ensonada, quando se dirige ao rio mais próximo, localizado nas imediações da povoação Banza, para transportar a água não tratada. Transportar água em Pango-Aluquém é trabalho cansativo e fastidioso. Não existem chafarizes. Para o rio, que faz um trajecto serpenteante, a ida afigura-se bastante fácil, o regresso é um ver se te avias, porque as pessoas são forçadas a escalar uma montanha.
Contudo, Teresa Alberto, vive sozinha, já conhece, de olhos vendados, o "métier" e desde pequena anda metida nestas andanças. Antes de partir para as lavras, junta uns gravetos, acende o fogo, ferve umas mandiocas e faz chá de caxinde, se tiver açúcar. Esta é uma variável da sua alimentação matinal. Senão resigna-se a aquecer a quizaca que cozeu de véspera.
Após degustar a alimentação, coloca a quinda à cabeça, e arranca de enxada e catana. Depois de muitos minutos, já está a desbravar o terreno. Teresa Adelaide só regressa à casa quando o Sol, timidamente, começa a esconder-se. Este é o ciclo, quase que imutável, de vida diária de Teresa Adelaide. A procissão diária. A senhora, de 59 anos, está apegada à vida do campo. Diz ela que gosta de sentir o cheiro bafejante da terra, o farfalhar das árvores, o chilrear dos pássaros, a frescura suave, a exuberância cativante da flora e o exotismo da sua paisagem, e esfrega as mãos de contente quando exibe, durante a colheita, a mandioca, o milho, a batata- -doce, a ginguba, a abóbora e o feijão, entre outros produtos.
Para trás ficou o sofrimento, retida que esteve, durante muitos meses, nas imediações da Açucareira de Caxito, onde se refugiou durante a guerra. O administrador do Pango-Aluquém, Daniel João "Macosso" reconhece que o regresso das populações, após a assinatura do Processo de Paz, carregou consigo inúmeros e variados problemas.
E de uma só penada, ele conta que as populações estavam desprovidas de tudo. Mas nem tudo estava perdido. Numa primeira fase, o Ministério da Assistência e Reinserção Social veio em socorro com panelas, pratos, roupas usadas e alfaias agrícolas.
No retorno à vida, experimentaram várias peripécias, mormente a falta de alimentos, e, paradoxalmente, até a fuba, numa terra potencialmente agrícola, vinha de Luanda. "Foram tempos deveras difíceis", assinala Daniel João. Removidos os escolhos iniciais, os cerca de oito mil habitantes já respiram outros ares. Envolveram-se de corpo e alma no cultivo e amanho da terra, e os primeiros resultados surgiram, aliciantes, e deram uma verdadeira sacudidela à crise que assolava e tornava deprimente a vida de milhares de almas.
Inicialmente, praticavam a agricultura de subsistência e familiar. O terreno do Pango é reconhecidamente bastante fértil, e hoje já a produção, aqui e acolá, é excedentária. Mas o esforço dos camponeses ainda não é compensado devido à falta de acutilância dos comerciantes existentes no município. Impotentes para escoar os produtos, muitas vezes assistem, impávidos à deterioração dos mesmos.
Alguns camponeses, inconformados, não atiram a toalha ao chão. Ensacam os produtos excedentários, em pequenas quantidades, e levam-nos para sua comercialização em Luanda ou em Caxito. Às vezes, estes "ensaios" não são bem sucedidos devido ao preço que pagam para a sua transportação - considerada bastante elevada - que varia entre 2 mil e 2.500 kwanzas.
No mesmo diapasão de dificuldades estão as fazendas de café - roças, outrora, pertencentes a grandes latifundiários - concedidas a determinados requerentes. Tudo foi feito no quadro da política do redimensionamento empresarial. No total, são 50. Tudo indicava que elas seriam recuperadas e reabilitadas. Até porque o município de Pango-Aluquém e zonas limítrofes sempre constituíram áreas potencial e exponencialmente ricas em café, nas mais diversas matizes.
Esfumado o sonho do café
O café, produzido em Pango-Aluquém, era de uma qualidade invejável, que levou a que muitos colonos, numa verdadeira cruzada contra o tempo, não resistissem à sua tentação. Assentaram arraiais. Então, nos 50/60, sem arredar o pé, afluíram, aos magotes, ao município - mesclado de montanhas e planícies, em Portugal são as lezírias - e o objectivo era, a qualquer preço, encher os bolsos. Era o verdadeiro assalto ao filão do bago vermelho. Deu-se início ao recrutamento da mão-de-obra das populações do Centro/Sul de Angola. Forçado, compulsivo e obrigatório. Em troca recebiam " peixe podre, fuba podre, pano ruim e cincoenta angolares", para parafrasear um refrão dum poema de António Jacinto. Estava consumada "a vida de contratado". Em fins de 60 e início de 70, o "boom" cafeícola veio ao de cima. Reza a história que os latifundiários estavam esmagadoramente confinados à zona do Pango Velho, para eles um verdadeiro oásis no deserto, enfim, um el-dorado por excelência. Os comerciantes - verdadeiros chico-espertos - estavam estabelecidos no Pango Novo, no qual estava instalada a administração colonial, com as forças repressivas.
Se tudo parecia pender para o renascimento da produção cafeícola, a maioria dos novos "fazendeiros" inverteu, com um apetite voraz e insaciável, completamente os papéis. Qual metediços em seara alheia, apontaram as suas baterias no abate - às vezes indiscriminado - de árvores, para a produção da madeira. E, num ápice, montaram nas roças moto-serras e outros instrumentos afins. E o negócio ganhou corpo. A exploração da madeira tornou-se recorrente. E o sonho do retorno à exploração do café desfez-se como um castelo de cartas.
Os mais audazes promoveram não só o abate de árvores como a sua transformação em madeira, localmente, através da montagem de serrações. Actualmente, existem duas. A mais recente é pertença do Grupo Africampos, instalada no Quifolo, nas imediações da Banza. A outra é propriedade da Manguxi, Lda. As populações aplaudiram esta ideia, na medida em que possibilita a compra da madeira localmente.
Nos dias que correm, as fazendas estão votadas ao abandono total. Entre muitas, contam-se as roças Almeida Chaves, Paulo Lda, Belo Horizonte, J.Costa, Sameiro, Sagri, São Miguel, Maria António, Boa Entrada, Quissocolo, Loô, Esperança.
A excepção é a fazenda "Bom Jardim", localizada em Cazuagongo, cujo proprietário lançou sementes à terra, para o cultivo, em grande escala, de bananal, laranjeira e outros produtos.
A exploração de uma fazenda implica o recrutamento de uma elevada mão-de-obra. Partilha deste pensamento Daniel "Makosso", o administrador, para quem as fazendas não podem continuar no estado de abandono. Por isso remeteu uma proposta ao governo provincial para que as fazendas nesta situação fossem entregues à outras pessoas.

Nzinga Mbandi leva dramas sociais ao Avenida neste fim-de-semana

Adriano de Melo
Factos do quotidiano e as consequências do mau relacionamento familiar são as propostas dramáticas que o grupo teatral Horizonte Nzinga Mbandi se propos a apresentar sábado e domingo, na sala de espectáculos do Teatro Avenida.
As peças, intituladas "Ser taxista" e "Palavras e rosas", são dois dramas que têm a intenção de despertar a sociedade civil para as actuais problemáticas da família angolana e o futuro social da juventude. "Pretendemos repor alguns valores cívicos, de maneira a educarmos a população na construção de uma nova sociedade", explica Hamilton Ernesto, membro da direcção.
Segundo este, a peça de sábado, "Ser taxista", foi encenada com o intuito de apresentar a situação dos jovens quadros angolanos e buscar, no desenrolar da mesma, chamar atenção a sua urgente revalorização. A obra narra a história de Sebastião, um jovem formado em Cuba que na busca incessante e inútil por um emprego, vê a saída no trabalho de táxi.
Neste ofício, segundo o enredo, é que Sebastião começa a encontrar problemas, pois a sua nova vida laboral o obriga a descurar dos seus deveres e obrigações para com a família. "As brigas e o desentendimento com os familiares começam a ocorrer nesta altura. Portanto, o que vamos levar ao Avenida não é só a história do Sebastião, mas sim a de muitos jovens que vêem num simples trabalho a possibilidade de poderem sustentar suas famílias", avançou.
Em relação a proposta dramática de hoje, domingo, "Palavras e rosas", Hamilton Ernesto disse que a mesma levará ao Teatro Avenida uma peça muito próxima do estilo da tragédia, baseada na história de dois irmãos gémeos (Carlos e Manucho) apaixonados pela mesma jovem (Rosa), sem saberem ser esta sua irmã.
Depois de inúmeras tentativas, contadas em aproximadamente uma hora, os dois jovens descobrem que esta é sua irmã, desconhecida devido ao segredo oculto pela sua mãe sobre um relacionamento tido com o falecido pai de Rosa. "Nesta peça também preocupamo-nos com outro problema actual, a infidelidade. Esta prática tem se tornado muito comum nos últimos dias e por vezes, sem querer, elas podem trazer inúmeras dificuldades no futuro", rematou.

sábado, 12 de maio de 2007

"Há enormes oportunidades no País",

O antigo embaixador dos Estados Unidos em Angola Paul Hare, actualmente presidente da Câmara de Comércio Estados Unidos - Angola, apelou ao empresariado norte-americano no sentido de aproveitar o momento propício para negócios que Angola está a atravessar.
Após afirmar que a presença da China em Angola "é uma coisa produtiva", Paul Hare afirmou que "as oportunidades para investimentos em Angola são várias" e que "há lugar para todos, sejam empresários russos, chineses, brasileiros ou portugueses".
Falando à margem da conferência sobre investimento em Angola, realizada no Woodrow Wilson International Center, em Washington, Paul Hare reconheceu que não é fácil convencer os norte-americanos a criar parcerias fora do sector dos petróleos, mas, no seu entender, a conferência terá um grande impacto nas relações bilaterais e na forma de fazer negócios entre os empresários angolanos e norte-americanos.
Numa sala que se revelou pequena para tanta gente, Paul Hare explicou que "era importante para os empresários norte-americanos ouvirem dos próprios angolanos as mudanças que estão a ocorrer em Angola, para melhor entenderem a realidade do país, antes de tomarem uma decisão".
Paul Hare frisou que a diversificação dos negócios norte-americanos em Angola já está a acontecer, embora de forma ainda tímida. Como exemplo, apontou os investimentos da multinacional Coca-Cola, os negócios da Microsoft e, mais recentemente, o projecto de construção da nova fábrica de cimento em Benguela.
A representante da Agência Nacional do Investimento Privado, nos Estados Unidos da América, Maria Luísa Abrantes, afirma que hoje já é crescente o interesse dos americanos em sectores como a educação, agricultura, hotelaria e turismo, transportes, saúde e construção civil.Criada há 15 anos, a Câmara de Comércio Estados Unidos e Angola integra membros do Governo, do Congresso, universidades, empresários e comunidade científica. O seu principal objectivo é atrair investimentos americanos para Angola, fora do sector petrolífero.

quarta-feira, 9 de maio de 2007

Estado vai construir 215 mil casas


Bernardino Manje
O ministro do Urbanismo e Ambiente, Sita José, que respondia às questões dos deputados, afirmou que o Governo tem em carteira a construção, em todo o país, de 215 mil habitações, a serem erguidas num período entre três a quatro anos.
Do ponto de vista daquele governante, este projecto é um dos melhores empreendimentos públicos de construção de habitações em massa, se comparados aos esforço de países vizinhos que não passaram pelas vicissitudes que Angola enfrentou num passado ainda recente.
Ainda ontem à tarde, o Parlamento aprovou, com 124 votos a favor, nenhum contra e nenhuma abstenção, o projecto de resolução sobre o preenchimento de vagas de alguns dos membros do MPLA nos gabinetes municipais eleitorais.
O MPLA solicitou a substituição de alguns dos seus membros das listas dos gabinetes municipais eleitorais. Foram invocadas razões de saúde, falecimentos e impedimentos de ordem funcional.
Dois dos pontos de ontem não chegaram a ser discutidos por falta dos responsáveis do Ministério das Relações Exteriores que fariam a apresentação do documento.
O 1º vice-presidente da AN, João Lourenço, considerou "desagradável" esta situação, tendo dito que a mesma se repete constantemente, quando o Mirex é chamado a prestar declarações na "Casa das Leis".
Os assuntos que ficaram por abordar, por ausência dos responsáveis do Mirex prendem-se com o "Protocolo à carta africana dos direitos do homem e dos povos, relativos aos direitos da mulher" e com o "Protocolo facultativo à convenção das Nações Unidas sobre a eliminação de todas as formas de discriminação contra as mulheres".

terça-feira, 8 de maio de 2007

Comboios começam a circular este mês



Os serviços de transporte de passageiros dos Caminhos-de-Ferro de Luanda (CFL) serão retomados a partir da segunda quinzena deste mês, mais de dez anos após a sua paralisação, segundo revelou ontem à Angop, na capital do país, o director do projecto de reabilitação, Paulo Manuel Cuanza.


De acordo com o responsável, o CFL vai iniciar a circulação ferroviária suburbana desde a estação do município de Viana até a dos Musseques, no Rangel, com bilhetes cujo preço está fixado em 30 kwanzas. Com o início desta actividade, os responsáveis dos CFL procuram, a par das outras entidades da capital, oferecer soluções para a resolução dos problemas de transportação de pessoas do município de Viana para o centro da cidade e deste último para a periferia, que há algum tempo encontra-se dificultada pelo estado de degradação das vias e o aumenta da tarifa dos táxis. Não obstante estarem ainda por concluir as obras das estações dos Musseques e de Viana, Paulo Cuanza referiu que a direcção desta empresa decidiu pôr em circulação o comboio, inicialmente apenas uma locomotiva com três carruagens, cuja capacitada de transportação é de 105 passageiros sentados e cerca de 100 de pé. Paulo Cuanza assegurou a existência de condições de segurança suficiente (em termos de obra) para se circular na via férrea, uma vez que foram efectuados testes ao longo desta, por forma a se aferir a qualidade e oferecer à população um serviço eficiente e a baixo custo. "Neste momento realizam-se algumas acções administrativas para a confecção dos bilhetes a serem utilizados, assim como se desenvolvem negociações com os órgãos da Polícia Nacional, para que os meios sejam protegidos ", referiu o director do projecto.


O director do projecto de reabilitação dos CFL disse existirem já no país duas locomotivas provenientes da China, enquanto se aguarda por mais duas destinadas às viagens de longo curso, assim como seis para o comboio suburbano. Os engarrafamentos ao nível da cidade, sobretudo no percurso Luanda/Viana tornaram-se cansativos e causam transtornos aos citadinos, na medida em que os habitantes deste município satélite de Luanda (Viana) têm de se submeter a enormes filas de viaturas para chegar aos seus locais de trabalho, quase sempre com atrasos de várias horas.

segunda-feira, 7 de maio de 2007

Pepetela vence prémio literário de autor Galego em Espanha

O escritor angolano Artur Carlos Maurício Pestana (Pepetela) venceu o Prémio Literário de Escritor Galego Universal promovido em Santiago de Compostela, Espanha.
A distinção ao escritor angolano cujo valor do prémio é desconhecido foi entregue em cerimónia realizada sábado naquela cidade, a qual resulta da qualidade temática do conjunto das suas obras.
O autor de "Mayombe", o primeiro autor de língua portuguesa e, em simultâneo, o primeiro africano a ser distinguido com este prémio, declarou ter ficado "muito satisfeito" e sentir uma "grande honra" por receber o prémio.
Atribuído pela Associação de Escritores de Língua galega, AELG, o prémio, inicialmente, distinguia apenas autores nesta língua, mas o regulamento foi recentemente alterado e agora qualquer escritor, de qualquer nacionalidade, desde que traduzido, pode recebê-lo. O júri todos os escritores da AELG distingue anualmente um autor "cujas obra e personalidade tenham um alto conteúdo ético e estético que os transforme numa referência para o seu povo na defesa da dignidade nacional e humana". Na edição de 2006, a Associação instituiu um prémio para cada género literário narrativa, teatro, poesia, tradução e ensaio. No ano passado, o galardoado foi o escritor palestiniano Mahmud Darwish.
Pepetela é o primeiro escritor africano a receber este prémio. Artur Carlos Maurício Pestana dos Santos (Pepetela) nasceu em Benguela, Angola, em 29 de Outubro de 1941. Em 1958 parte para Lisboa, onde ingressa no Instituto Superior Técnico (Engenharia) que frequenta até 1960. Em 1961 transfere-se para o curso de letras. Neste mesmo ano acontece, em Luanda, a revolta que origina a Guerra Colonial. Em 1963 torna-se militante do MPLA Movimento Popular para a Libertação de Angola. Entre 1960/1970 frequenta a Casa dos Estudantes do Império, em Lisboa, berço dos ideais de independência. Exilado na França e na Argélia, posteriormente gradua-se em Sociologia. Em 1975, com a independência de Angola, é nomeado vice-ministro da Educação, tendo em 1997 ganho o Prémio Camões pelo conjunto da sua obra. Em 2002 recebe a Ordem do Rio Branco, Brasil.
Pepetela é autor das obras Muana Puó Romance escrito em 1969 e publicado em 1978. Mayombe Romance escrito entre 1970 e 1971 e publicado em 1980, As Aventuras de Ngunga romance escrito e publicado em 1973, A Corda Peça teatral escrita em 1976, A Revolta da Casa dos Ídolos- Peça teatral escrita em 1978 e publicada em 1979, O Cão e os Calus Romance escrito entre 1978 e 1982 e publicado em 1985, Yaka Romance escrito em 1983 e publicado em 1984 no Brasil e em 1985 em Portugal e em Angola, Lueji, o Nascimento de um Império Romance escrito entre 1985 e 1988 e publicado em 1989, são outras das obras do autor.
Constam da sua biografia as obras Luandando Crónicas sobre a cidade de Luanda escritas e publicadas em 1990, A Geração da Utopia Romance que começou a ser escrito em 1972 e publicado em 1994, A Gloriosa Família, o Tempo dos Flamingos Romance publicado em 1997, O Desejo de Kianda Romance escrito em 1994 e publicado em 1995, A Parábola do Cágado Velho Romance. Começou a ser escrito em 1990 e foi publicado em 1997, A Montanha da Água Lilás, fábula para todas as idades Romance publicado em 2000 e Jaime Bunda, o agente secreto Romance publicado em 2002.
Recorde-se que ainda esta semana foi igualmente galardoado o escritor angolano José Eduardo Agualusa com a sua mais recente obra O Vendedor de Passados.

domingo, 6 de maio de 2007

sábado, 5 de maio de 2007

O papel

Foram os chineses que inventaram o papel, cerca de 100 anos depois de Cristo nascer. No entanto, só no século X foi conhecido no continente africano e introduzido na Península Ibérica pelo povo mouro.

Em Portugal, os primeiros escritos em papel datam de 1288 e de 1334.

Numa fábrica especializada, a madeira é reduzida a pequenas aparas que, depois de submetidas a vários processos industriais e à acção de vários produtos químicos, se transformam numa pasta de cor acastanhada e a que se chama pasta crua.
Esta pasta é depois branqueada, seca, prensada, e transportada à fábrica de papel. Aqui, a pasta vai efectuar um longo percurso para ser, finalmente, transformada em papel. Passará por tubagens, bombas e outros equipamentos, sofrerá a acção de outros produtos químicos até chegar à máquina do papel, onde vai formar-se uma folha que, depois de seca e prensada é enrolada num rolo enorme, ao qual se dá o nome de jumbo, e que pesa cerca de 40 toneladas.
Este rolo será, posteriormente cortado em folhas de diversos tamanhos. E assim, após este longo e complicado processo, o papel está pronto a ser utilizado por todos nós, para os mais diversos fins.

sexta-feira, 4 de maio de 2007

Comissão recomenda reconstrução de marcos na fronteira com a RDC

Comissão recomenda reconstrução de marcos na fronteira com a RDC

O Governo reiterou ontem, em Luanda, o seu total respeito pela intangibilidade das fronteiras herdadas da colonização, mantendo uma atitude construtiva e amistosa com as populações congolesas e apostado em manter as excelentes relações com as autoridades da República Democrática do Congo.
De acordo com uma declaração do Governo distribuída ontem à imprensa, na consequência de certas notícias surgidas na imprensa da República Democrática do Congo (RDC), contendo acusações sobre uma pretensa ocupação de parte do território congolês por elementos da Polícia Nacional, teve lugar no passado dia 13 de Março de 2007, em Kinshasa, um encontro entre delegações ministeriais dos dois países.
Chefiadas pelos respectivos ministros das Relações Exteriores, João Bernardo de Miranda e Antipas Mbusa Nyamwisi, as delegações constataram não ter havido qualquer alteração da situação anterior e decidiram criar a comissão técnica conjunta, com a missão de identificar os 112 marcos que delimitam os 2.511 quilómetros de fronteira comum e de abrir vias que facilitem o seu patrulhamento conjunto.
Essa comissão visitou de 25 de Março a 11 de Abril, por terra e por ar, a linha fronteiriça entre a província da Lunda Norte e a RDC, identificando "in situ", com o apoio de algumas autoridades tradicionais e militares e recorrendo ao GPS, 22 dos 32 marcos que delimitam a fronteira entre os dois países nessa região, que continua a ser uma linha imaginária.
No seu relatório, a equipa técnica constatou que a maioria dos marcos reclama uma reconstrução urgente, pois alguns encontram-se danificados por acção de elementos naturais ou por actos de vandalismo propositado, e que os marcos 3 e 4 nunca chegaram sequer a ser construídos.
A comissão bilateral também pôde verificar que a população angolana residente junto da fronteira utiliza serviços de saúde e de educação nos estabelecimentos escolares e sanitários da RDC, enquanto elementos da população congolesa praticam a agricultura, a caça e a pesca no interior de Angola, sendo essa a prova de que existe entre ambas uma relação de coexistência pacífica e de boa vizinhança.
Nas suas conclusões, o relatório da comissão recomendou que fossem reconstruídos os marcos deteriorados, melhoradas as vias de acesso e abertos oficialmente três mercados fronteiriços, nomeadamente em Itanda, Chissanda e Fortuna, com vista a facilitar as trocas comerciais entre os dois povos.
O Governo considera assim eivadas de má-fé e visando fins inconfessáveis as declarações de certos sectores civis e políticos na RDC que continuam a reivindicar como pertencente a esse país parte do território angolano e repudia vigorosamente as pretensões expansionistas que lhes são inerentes.

O executivo dispõe-se a resolver sempre por via pacífica quaisquer situações susceptíveis de as contrariar ou pôr em causa.

quinta-feira, 3 de maio de 2007

Foi em 29 de Abril

Falta de condições de trabalho dificulta desenvolvimento da dança em Angola
A carência de espaços adequados, incentivo financeiro e maior profissionalização dos dançarinos e coreógrafos angolanos têm constituído um dos principais entraves ao desenvolvimento deste género artístico no país, segundo o director do Ballet Nacional Kilandukilo, Maneco Vieira Dias.
O responsável realçou ainda que com mais incentivos e espaços de exibição, os grupos de dança em Angola, tanto na vertente tradicional quanto na moderna, teriam condições para melhorar a qualidade do produto apresentado ao público e disputar, simultaneamente, lugares de destaque na arena internacional. "Além da ausência dos incentivos e de espaços, há ainda a destacar a fraca formação académica, apesar de nos últimos anos o Ministério da Cultura ter apostado nesta vertente. Portanto, se aspiramos por qualidade temos de dar outro impulso a este género artístico para que haja mudança de rumo", realçou. Um dos aspectos levantados por Maneco Vieira Dias para que tal aconteça é a recuperação e reabertura urgente dos espaços, "que se encontram fechados ao público há muitos anos". Este acto permitiria, segundo este, os grupos terem condições propícias para exibirem e prepararem adequadamente os seus trabalhos coreográficos. No entanto, o responsável do Ballet Kilandukilo reconheceu existirem já algumas melhorias na qualidade e na representatividade de certos grupos nacionais. "Temos grupos de dança tradicional e de recreação com muita qualidade. Alguns deles têm até mesmo condições de representar o país em eventos internacionais", disse. Maneco Vieira Dias manifestou-se igualmente satisfeito com a criação do grupo de dança Rebita do Kilamba, que para ele vai permitir o resgate de uma modalidade em vias de desaparecimento no país. "A rebita faz parte do acervo histórico cultural do país, mas infelizmente, nos últimos anos, tem se assistido ao seu desaparecimento e espero que, com este grupo, se possa dar um outro impulso ao seu resgate e manutenção nas modalidades artístico-culturais angolanas", adiantou.
De acordo com Maneco Vieira Dias, a pesquisa, em termos de investigações no campo da tradição oral angolana, deve ser outra das apostas dos grupos de bailado tradicional, por serem uma expressão da cultura angolana e um veículo de salvaguarda da identidade nacional.
O Dia Internacional da Dança foi instituído em 1982, pela Unesco, com o objectivo de despertar o interesse público, bem como incentivar os governos a criarem políticas para o ensino de base e superior desta manifestação artística. Celebrada a 29 de Abril, a data marca as comemorações do nascimento do coreógrafo e reformador francês Jean-Georges Noverre (1727-1810), criador do ballet moderno. Esta efeméride é igualmente usada como um marco para firmar posições claras sobre a dança, enquanto linguagem artística capaz de aproximar-se de outras expressões, como a música, o teatro, o circo, mas mantendo a sua identidade própria. O dia da Dança celebra essa autonomia.

quarta-feira, 2 de maio de 2007

uma de vez enquando


Um professor de Matemática decidiu pregar uma partida aos seus alunos e disse-lhes:- Meninos, aqui vai um problema:
"Um avião saiu de Amesterdão a uma velocidade de 800 km/h, à pressão de 1.004,5 milibares; a humidade relativa era de 66% e a temperatura 20,4 graus C. A tripulação era composta por 5 pessoas, a capacidade era de 45 assentos para passageiros, o WC estava ocupado e havia 5 hospedeiras de bordo (mas uma estava de folga)."
- A pergunta é... Quantos anos tenho eu? Os alunos ficaram assombrados. O silêncio era total.Então o Joãozinho, lá no fundo da sala e sem levantar a mão, diz:- 44 anos, professor!O professor, muito surpreendido, olha para ele e diz: - Caramba, está certo. Eu tenho 44 anos. Mas como é que tu adivinhaste?
E o Joãozinho:- Bem, eu deduzi porque tenho um primo que é meio parvo, e ele tem 22 anos..."
Peço desde já desculpa pelo incómodo e também por qualquer coisinha (http://desculpeqqc.blogspot.com/)

terça-feira, 1 de maio de 2007